Brasília - Mais 15 dias. É esse o prazo que o governo brasileiro tem para buscar uma contraofensiva ao tarifaço estabelecido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Até lá, no dia 1º de agosto, rodadas de negociação serão feitas em Brasília com representantes de empresas brasileiras e norte-americanas.

Empresários ligados à Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgaram uma carta pedindo 90 dias de adiamento para a aplicação de novas tarifas. O pedido, na avaliação do governo, é legítimo, pois há insegurança sobre contratos já firmados. O prazo também daria a chance de o setor ganhar tempo nas negociações.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin, disse durante reunião com os empresários que, sim, há possibilidade de um eventual aumento de prazo, mas que tentará resolver a questão o mais rápido possível. Para isso, busca uma solução conjunta com o setor empresarial e os demais ministérios.

Na prática, o governo Lula vê com ceticismo o adiamento do prazo. Os canais abertos com o corpo técnico-econômico do governo norte-americano foram interrompidos há dois meses.

O próprio Alckmin tem reclamado da suspensão das negociações. Na visão de governistas, Trump atropelou os próprios representantes para definir a tarifa de 50%, inviabilizando avanços nos acordos iniciados em maio.

Nesta terça-feira, 15 de julho, Alckmin se reuniu com empresários pela manhã e pela tarde para avaliar os efeitos do anúncio de Trump de aumentar a tarifa para produtos brasileiros.

Tanto representantes do governo quanto do setor produtivo disseram que é preciso união para buscar uma solução que contraponha o aumento das taxas, antes de qualquer retaliação.