Rússia e Ucrânia dominam as atenções nesta segunda-feira, 27 de junho, no G7, encontro que reúne líderes da Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido. E não por um agravamento da guerra deflagrada em fevereiro. Ao contrário.

O calote da Rússia em US$ 100 milhões de dívida externa – o primeiro em um século – enfraquece o país já sobrecarregado pelos custos do conflito. Por sua vez, a declaração (por vídeo) de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, aos líderes do G7 de que deseja o fim da guerra antes da chegada do inverno no Hemisfério Norte, no fim do ano, fortalece a expectativa de que o preço do petróleo poderá dar uma trégua e recuar, o que seria um alívio para a pressão inflacionária.

Os dois eventos abrem espaço para o contra-ataque dos países mais ricos. Reunidos desde domingo, 26 de junho, na Alemanha, os governantes buscam soluções para driblar um problema por todos compartilhado: a espiral inflacionária.

A inflação – semeada durante a pandemia e agravada pela guerra Rússia-Ucrânia – está levando à elevação dos juros e reforçando a perspectiva de desaceleração da atividade que pode levar economias à recessão.

A estagflação, que combina crescimento lento e pressões inflacionárias, já está presente nos EUA, afirmou Mohamed El-Erian, presidente do Queens’ College e consultor econômico da Allianz, em entrevista ao Yahoo Finance, neste fim de semana.

Após sanções cada vez mais duras contra a Rússia, o G7 discute a imposição de um teto para o preço do petróleo russo por meio de restrições à contratação de seguros e transporte do produto.

No domingo, os líderes também discutiram planos de investir US$ 600 bilhões em projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento para fazer frente a um programa promovido pela China.

A China traz também alívio aos mercados, com a decisão de Pequim, anunciada no domingo, de reduzir às restrições impostas pela reincidência da Covid-19. Ela foi tomada por conta do registro de zero casos em Xangai.