O entusiasmo dos investidores com os dados do mercado de trabalho nos EUA durou pouco. A percepção de que o Federal Reserve (Fed) poderá desacelerar o ritmo de alta da taxa de juro também.

Os principais índices das bolsas americanas chegaram a operar em alta superior a 1% durante horas, em meio à comemoração de que os postos de trabalho criados em agosto vieram ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. E muito abaixo das 526 mil vagas abertas em julho.

O consenso de mercado era de criação de 318 mil vagas, ante o resultado de 315 mil. Em agosto, a taxa de desemprego chegou a 3,7%, na comparação com o patamar de 3,5% registrado em julho. O emprego foi impulsionado especialmente pelos setores de serviços, saúde e varejo.

A taxa de desemprego de 3,5%, a menor em 50 anos, justifica a vigilância do Fed quanto à pressão exercida pelo forte mercado de trabalho sobre a inflação que o aperto monetário tenta combater. Até o momento, sem sinais relevantes de sucesso.

A reação animada de investidores, arrefecida no início da tarde, quando os principais índices em Nova York já operam no vermelho, foi notada nas bolsas de valores da Europa, que fecharam em forte alta. O índice Stoxx Europe 600, o mais representativo do bloco, valorizou 2,04%.

Embora positiva, a Europa será palco, em 8 de setembro, da reunião do Banco Central Europeu (BCE) sobre taxa de juro e seus dirigentes mostram disposição em discutir a aceleração da alta de sua taxa básica para 0,75 ponto.

Apesar dos elevados índices de inflação nas maiores economias do bloco, o BCE iniciou seu aperto monetário em julho, em 0,50 ponto percentual, tirando sua taxa de patamar negativo para zero.

No mercado americano, as apostas para a reunião de política monetária de 20 e 21 de setembro foram reacomodadas. A probabilidade de aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica do Fed – o terceiro consecutivo se confirmado – declinou de mais de 70% para cerca de 64%.

É cedo, porém, para considerar que o BC americano vai reconsiderar o ritmo de aperto monetário pelos dados do mercado de trabalho divulgados nesta sexta-feira, 2 de setembro, avalia a Oxford Economics.

A consultoria afirma que o crescimento do emprego ficou moderado, embora ainda forte, o aumento anual dos salários e a taxa de participação da força de trabalho teve recuperação importante.

Na tarde desta sexta-feira, 2 de setembro, o S&P 500 operava em queda de 1%; o Dow Jones perdia 0,9% e o Nasdaq, 1,4%.