Na primeira semana de um ano que promete ser difícil para o mercado de capitais, um segmento da economia que começa a despontar como opção para os investidores é o de telecomunicações. Ao menos, na visão do Credit Suisse.

Em relatório publicado na quinta-feira, 5 de janeiro, o banco suíço ressalta que as ações do setor são uma alternativa atraente para 2023, diante das baixas expectativas para a bolsa de valores e de uma perspectiva macroeconômica desfavorável.

Na conexão entre esses dois componentes, os analistas Daniel Federle e Victor Ricciuti elegem como suas principais escolhas os papéis da Vivo e da TIM. Para a dupla, as duas operadoras têm um papel com perfil defensivo e estão com avaliações com desconto.

“Vemos ambas as ações com um EV/Ebitda (valor total da empresa dividido pelo Ebitda) de 4 vezes em 2023 e de 3,5 vezes em 2024. Esperamos que seus múltiplos em 2024 vão convergir para cerca de 4 vezes ao longo do ano, além de um dividend yeld estimado de aproximadamente 7%”, escrevem os analistas, que também projetam uma expansão “robusta” do fluxo de caixa de 30% em 2023.

Nesse cenário, o Credit Suisse mantém uma ligeira preferência pela TIM e a classificação de outperform (acima da média do mercado) para o ativo. Entretanto, o banco está reduzindo o preço-alvo da ação de R$ 16,50 para R$ 15,50.

Apesar de elevar a recomendação de neutro para outperform, os analistas também rebaixaram o preço-alvo da ação da Vivo, de R$ 52 para R$ 46. Nos dois casos de atualização dos preços-alvo, o racional por é um crescimento ligeiramente menor nas receitas e um custo de capital mais elevado, de 14,5%.

Em outra ponta, os analistas citam que, em conversas com as duas empresas, tiveram a percepção de que há um desejo de aumentar os preços de forma mais ampla, algo que não está contemplado nas estimativas do banco e que, em sua visão, seria um catalisador positivo para os papéis.

“Um aumento mais proeminente nos preços principais aumentaria as receitas e as margens e renovaria a visão de que as empresas de telecomunicações podem ampliar as receitas acima da inflação de maneira sustentável. A grande questão é se as condições macro irão permitir isso”, pontuam.

As ações da TIM, avaliada em R$ 28,6 bilhões, estavam sendo negociadas com ligeira queda de 0,5% por volta das 11h30 na B3. Em 12 meses, os papéis da operadora acumulam uma desvalorização de 7,4%.

Já as ações da Vivo, avaliada em R$ 62 bilhões, operavam com alta de 1,73% no mesmo horário. Nos últimos 12 meses, os papéis da empresa registram uma queda acumulada de 22,4%.