Todas as indústrias, é verdade, têm passado por uma profunda transformação – seja digital ou cultural. Mas poucas se viram tão rapidamente “no olho do furacão” como a indústria financeira.
De uma hora para outra, os players incumbentes tiveram de encarar fintechs, insurtechs, agtechs e outras startups de tecnologia com modelos ágeis e um formato de user experience inovador.
Os incumbentes correram – e estão correndo – atrás e conseguiram eliminar as distâncias nesses quesitos. Agora, num momento desafiador para as startups e com o dinheiro “mais escasso”, os grandes estão evidenciando suas facetas.
“Se você olha o lucro dos bancos chamados incumbentes, são instituições que entregam R$ 25 bilhões, R$ 30 bilhões de lucro todo ano; pagam R$ 10 bilhões, R$ 12 bilhões de dividendos todo ano”, diz Octavio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, ao NeoFeed.
O comandante do segundo maior banco privado do país, com R$ 1,75 trilhão de ativos, 70 milhões de clientes, quase 90 mil funcionários, mais de 4 mil agências e 40 mil correspondentes bancários, vai além. “Quando o vento não está a favor da gente, a gente ajusta a vela e encontra o melhor caminho para sair mais forte do que entrou.”
À primeira vista, pode parecer mais uma frase de efeito. Mas os números comprovam essa tese. No segundo trimestre deste ano, por exemplo, em meio a alta inflação e inadimplência, o banco apresentou um lucro líquido de R$ 7,04 bilhões, uma marca superior aos prognósticos do mercado que apontavam para R$ 6,7 bilhões.
Mesmo assim, as ações dos grandes bancos nas bolsas são negociadas a múltiplos bem menores do que as dos neobanks. Indagado sobre isso, o executivo diz que, em algum momento, o mercado vai olhar com mais atenção, pois os preços dos incumbentes estão muito descontados.
“Acho que existe ainda um pensamento no mercado que empresas de growth têm capacidade muito grande de gerar resultado no futuro. Eu boto isso muito em dúvida.” E prossegue. “Elas têm capacidade, sim, de entregar resultado, mas não vão conseguir entregar resultado no médio prazo do jeito que um Bradesco, um Itaú, um Santander e um Banco do Brasil entregam.”
Na entrevista exclusiva concedida ao NeoFeed, o executivo fala ainda do cenário econômico; do consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil; de uma possível união entre Next, Bitz e Digio; e da onda dos investimentos internacionais no varejo.
Lazari Junior também fala da retomada da Cielo e da abertura de capital da bandeira Elo; de tokenização e se o Bradesco vai montar uma plataforma própria de criptomoedas. Acompanhe os principais trechos:
Como você avalia a taxa de juros no patamar em que está?
O BC teve que implementar as políticas monetárias necessárias, principalmente a de elevação de taxa de juros, que está em 13,75%, para tentar debelar esse fantasma da inflação. Esse é o primeiro ponto, é primordial reduzir e controlar a inflação para poder voltar a taxas de juros de, pelo menos 5% ou 6% para permitir que o PIB brasileiro tenha crescimento. Algumas coisas importantes foram feitas, a dívida do governo está abaixo do que se esperava, deve estar em 78% em relação ao PIB, e agora é controlar a inflação.
Essa inflação, aliás, tem feito a inadimplência aumentar. Apesar disso, o banco aumentou a carteira de crédito em 17,7% em doze meses, chegando a R$ 855,4 bilhões. Não há um temor por parte do banco em relação a isso?
Inadimplência é algo que está em cima da mesa todo dia. Comparando junho de 2021 a junho de 2022, estamos crescendo a carteira de crédito em 17,7%, um crescimento bem robusto. Acreditamos que esse percentual vai diminuir ao longo do segundo semestre. Devemos ficar ao redor de 14% ou 15% do crescimento da carteira. O que aconteceu é que agora o mercado teve uma diminuição natural na tomada de crédito imobiliário, porque, com uma taxa de 10% a 12%, é normal que as pessoas tomem menos dinheiro para financiar o mínimo possível. Para você ter uma ideia, chegamos a operar no começo do ano passado entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por mês. Esse número caiu aqui no Bradesco para ao redor de R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão. No mercado, o comportamento é mais ou menos igual.
Mas e a questão da inadimplência?
Temos que lembrar que, no ano passado, o mercado como um todo teve uma inadimplência muito baixa. Teve injeção de R$ 300 bilhões de auxílio emergencial e auxílio Brasil, as pessoas tinham um pouco de renda e serviu para pagarem suas operações de crédito e terem o dinheiro para subsistência. Mas isso foi se reduzindo ao longo do tempo. Da mesma forma, essas pessoas, ao longo do tempo, adquiriram cartões de crédito de bancos tradicionais e neobanks. É muito comum hoje que uma pessoa de qualquer classe social tenha três, quatro, cinco cartões na carteira ou na sua wallet. O que aconteceu é que, com o controle da pandemia, as pessoas estão voltando para a rua para trabalhar e voltaram ao consumo, pagando almoço todo dia, indo aos shoppings. Estão com uma renda menor e começaram a gastar mais no cartão de crédito. Por isso, você vê crescimento no cartão de crédito em todas as instituições. Mas também é o produto que vai colaborar mais com a inadimplência.
“O banco tem um volume de provisões de R$ 48,8 bilhões. É muito satisfatório e tranquilo para o nível de inadimplência que estamos enfrentando”
Isso não preocupa?
A inadimplência vai continuar resiliente no terceiro e quarto trimestres, dependendo dos sinais de retomada da economia como crescimento do PIB, diminuição da inflação e taxa de juros. Aí, acho que entra em um período de normalidade mais para o começo do ano que vem já dentro dos níveis históricos do mercado brasileiro. Para você ter uma ideia, o Bradesco tinha uma inadimplência histórica entre 4% e 4,5% e chegamos a ter 2,2%. Hoje, ela está em 3,5% e deve voltar para a inadimplência histórica que é o normal do mercado do mercado brasileiro com uma taxa de juros já mais equilibrada.
O banco está preparado em termos de provisões?
O banco tem um volume de provisões de R$ 48,8 bilhões. É muito satisfatório e tranquilo para o nível de inadimplência que estamos enfrentando. O nível de provisões do banco hoje é o dobro da inadimplência acima de 90 dias. Ou seja, temos um nível de provisão muito superior as perdas históricas que a gente tem, o que nos deixa muito tranquilos para enfrentar qualquer movimento de inadimplência.
Você mencionou o Auxílio Brasil como programa que injetou dinheiro na economia. O presidente Jair Bolsonaro tem pedido para que os bancos concedam crédito consignado aos beneficiários. O Bradesco vai conceder?
Não vamos fazer essa operação por dois motivos básicos. Primeiro porque a taxa de juros dessas operações está no que chamamos de taxa de juros livre, vemos alguns bancos com taxas de 5% ou 5,5% ao mês para pessoas que têm sua subsistência comprometida e, portanto, não têm recursos para bancar essa dívida ao longo do tempo, até porque esse Auxílio Brasil não é definitivo, é transitório. E, segundo, porque entendemos que essas pessoas que recebem o Auxílio Brasil são vulneráveis, têm um nível de educação financeira muito mais limitado. Acho que não é bom para o banco e não é bom para as pessoas. Se não é bom para a empresa e se não é bom para a sociedade, é melhor não fazer.
“Se você pegar o maior banco do mundo, que é o J.P. Morgan, que deu mais de US$ 48 bilhões de lucro, o múltiplo dele é 1,4. Comparativamente com os neobanks ou as empresas de tecnologia, que têm múltiplos de 18, 20, 25, é muito pouco”
O Bradesco cresceu acima do que o mercado esperava e as ações do banco na B3 praticamente andaram de lado. O que acontece?
É com todos os bancos. Se você olhar o Bradesco, o nosso múltiplo de patrimônio/lucro é de 1,2. No caso do Itaú, é um pouco acima, 1,4; o Santander é 1,2; o Banco do Brasil é 0,9. Se você pegar o maior banco do mundo, que é o J.P. Morgan, que deu mais de US$ 48 bilhões de lucro, o múltiplo dele é 1,4. Comparativamente com os neobanks ou com as empresas de tecnologia, que têm múltiplos de 18, 20, 25, é muito pouco. Mas, se você olha o lucro dos bancos chamados incumbentes, são instituições que entregam R$ 25 bilhões, R$ 30 bilhões de lucro todo ano; pagam R$ 10 bilhões, R$ 12 bilhões de dividendos todo ano; são resilientes nas entregas de resultados ano a ano. Você cobre o mercado financeiro há mais de 20 anos e pode ver que faz mais de 20 anos que Bradesco, Itaú e Santander entregam resultados todos os anos.
Na sua opinião, por que esses múltiplos são tão diferentes?
Acho que existe ainda um pensamento no mercado que empresas de growth têm capacidade muito grande de gerar resultado no futuro. Eu boto isso muito em dúvida. Elas têm capacidade, sim, de entregar resultado, mas não vão conseguir entregar resultado no médio prazo do jeito que um Bradesco, um Itaú, um Santander e um Banco do Brasil entregam. Os preços das ações dos bancos estão muito descontados e acho que isso uma hora vai mudar.
Por quê?
Vão olhar e falar ‘poxa, os bancos são resilientes ao longo do tempo’. Tinha uma crença muito grande de que os neobanks iam substituir os bancos tradicionais. Você está vendo que a gente consegue competir em condições de igualdade e não perdemos um centavo de rentabilidade mesmo com toda essa entrada de bancos digitais no mercado brasileiro e americano. Estamos sendo capazes de nos reinventar a cada dia. Dentro do Bradesco digital, temos um banco que abre dois milhões de contas todos os anos, com clientes fiéis. Provamos mais uma vez que temos competência para competir de igual para igual com qualquer um.
“Os preços das ações dos bancos estão muito descontados e acho que isso uma hora vai mudar”
O que te leva a crer nisso?
Você deve lembrar do início dos anos 2000, quando os bancos internacionais começaram a vir para o Brasil, e na época diziam que os bancos nacionais iam ser vendidos e os internacionais assumiriam o mercado brasileiro. Depois de 10 anos, 15 anos, eles foram embora e nós estamos aqui. Temos capacidade de resiliência. No Bradesco, em especial, o mercado não consegue enxergar o que representa uma seguradora do tamanho da que o Bradesco tem dentro da formatação de resultado do grupo.
O que representa?
O grupo segurador do Bradesco, para valer pouco, vale mais de R$ 100 bilhões e esse valor não está capturado dentro dos nossos múltiplos. Acho que é uma acomodação de mercado, você já vê uma reprecificação forte nessas empresas digitais. Ao longo do tempo, o mercado acaba enxergando.
A seguradora continua sendo o fiel da balança nos resultados do Bradesco?
A seguradora teve um crescimento exponencial vinda de uma situação muito difícil, no ano passado, por conta da pandemia. Só de sinistros de Covid-19, a nossa seguradora pagou R$ 6 bilhões. Hoje, a seguradora representa quase um terço do resultado do banco. Ela é, de fato, um fiel da balança muito importante. Eu diria que ela é quase que um hedge natural. Quando o banco tem um pouco mais de dificuldade por conta do cenário econômico, a seguradora, pela sua capacidade de geração de resultado, acaba sendo um hedge natural. E, do outro lado, quando a seguradora sofre, como sofreu na pandemia, o banco tem capacidade de recuperar mais resultado.
"O grupo segurador do Bradesco, para valer pouco, vale mais de R$ 100 bilhões e esse valor não está capturado dentro dos nossos múltiplos"
Você falou dos neobanks. Acha que tem muito “hype” em cima das empresas tech?
Eu acho que sim. Tem gente muito competente, que conseguiu se equilibrar, mas tem muita gente que terá desafios grandes pela frente. Parece que as rodadas de captação estão menores e até secaram. Tem gente que conseguiu atravessar para o outro lado da rua e está bem, pagando a conta e entregando um pouquinho de lucro. Mas tem outros que terão dificuldades para continuar no mercado se não conseguirem captações adicionais para bancar esse custo de crescimento.
Quando o Bradesco comprou o Digio, você disse que, em algum momento, as operações do Digio, do Bitz e do Next iriam se juntar. Já tem uma previsão de quando isso vai acontecer?
Não tem uma previsão. É que, a exemplo do que aconteceu com esse mercado de bancos digitais, que tem um custo muito elevado e queima caixa no começo de sua existência, a gente fez uma mudança estratégica. Optamos por colocar muito mais dinheiro na monetização e fidelização dos clientes para que se tornem rentáveis do que ficar numa corrida maluca para aumentar o número de clientes. Isso vale para o Next, que tem 12 milhões de clientes; para o Bitz, que tem 8 milhões de clientes; e para o Digio, que tem cerca de 4 milhões de clientes.
Então não vai unir as operações?
Já que a nossa estratégia mudou, mirando a monetização desses clientes, não estamos com pressa de juntar esses negócios. Já está em cima da mesa todo o estudo que como poderia haver uma união desses negócios e onde essa união seria mais adequada e eficiente. Mas isso não deve acontecer nem em 2023 ou 2024. É algo que vai ficar mais para frente e, cada um dos CEOs, o Renato (Renato Ejnisman, do Banco Next), o Curt (Curt Zimmermann, do Bitz) e o Giovane (Carlos Giovane Neves, do Digio), estão trabalhando para monetizar melhor essa base de clientes. Melhor fazer isso quando estiver tudo ajustado.
“Tem gente (neobanks) que conseguiu atravessar para o outro lado da rua e está bem, pagando a conta e entregando um pouquinho de lucro. Mas tem outros que terão dificuldades para continuar no mercado”
Como tem sido essa monetização?
Não tem outro jeito a não ser aumentando a quantidade de produtos para o cliente. Oferecendo produtos da seguradora, de investimento e crédito. Aliás, dar crédito não é algo simples.
E a abertura de capital dessas operações digitais?
Isso estava na mesa, há um ano, dado os múltiplos que os bancos digitais tinham. Ainda estão atraentes, mas foi reprecificado. Ainda está na mesa, mas vai depender de como o mercado vai enxergar esses ativos digitais e os múltiplos que estão pagando.
A bandeira de cartões Elo ia abrir capital no ano passado e acabou não abrindo. Vocês desistiram?
A gente vai abrir capital, sim. Mas a janela do mercado se fechou e não foi possível fazer. Vamos deixar isso para o ano que vem. Quando surgir uma janela boa, com preço justo, abriremos.
“A gente vai abrir capital (da bandeira de cartões Elo), sim. Mas a janela do mercado se fechou e não foi possível fazer. Vamos deixar isso para o ano que vem”
E Cielo, voltou a chamar atenção dos investidores?
Você vê... Por isso que falo que os ciclos econômicos não foram revogados e não serão nunca. A Cielo, até outro dia, era um patinho feio. As outras empresas que surgiram eram muito mais modernas e muito mais cool, tinham múltiplos que não entendíamos. Enfim, continuamos com o nosso trabalho, resiliente, ajustando, fazendo o turnaround na empresa, arrumando custo, perdendo clientes que não eram rentáveis e trazendo outros rentáveis. Hoje, vê o lucro que a Cielo está entregando e a valorização que ela teve na bolsa. Vamos continuar nesse trabalho e recuperando o valor da empresa.
O Bradesco tem o BAC Florida, que é muito mais para o cliente private. Mas hoje há uma corrida para levar esse serviço de conta global e investimento no exterior ao varejo. O Itaú comprou parte da Avenue, a XP anunciou conta global, o Inter também tem, o C6 Bank. O Bradesco pretende entrar no varejo também?
Não há nenhuma proibição de a gente fazer. Essa conta global a gente já tem há aproximadamente um ano. O cliente já entra no app dele do Bradesco e ele enxerga a conta dele aqui e a conta dele lá de fora. E ele faz uma transferência para o BAC Flórida como se estivesse fazendo uma transferência aqui.
Mas aí é para um cliente private. Estou falando do varejão mesmo...
Não só o cliente do private. Tenho inúmeros clientes do Prime que fazem. E, mesmo o cliente de varejo, se ele abrir a conta no BAC Florida, pode fazer a transferência e investimentos nos Estados Unidos, independentemente da classe social dele. Naturalmente que o cliente de baixa renda não procura esse produto pela disponibilidade de caixa dele.
Outra área que todo mundo está entrando é em cripto e tokenização. Como está isso no Bradesco?
Acho que tem de dividir isso em três pilares. Um pilar são aqueles ativos que podem ser tokenizados como uma obra de arte, uma casa, um patrimônio tangível que você pode tokenizar e que as pessoas podem comprar acreditando na valorização daquele ativo acima de um bond americano ou da Selic aqui no Brasil. Outro pilar são as criptomoedas, que são os investimentos que não são tangíveis e são investimentos mais arriscados que as pessoas vão saber do risco que estão correndo e podem querer. Para mim, será um mercado muito pequeno.
Não acredita que será grande?
As pessoas vão colocar uma parte muito pequena dos recursos em criptomoedas. O terceiro pilar, que está para nascer, que é o CBDC (Central Bank Digital Currency – a Moeda Digital Emitida por Banco Central), que são as stablecoins que serão comercializadas sob as regras do Banco Central. Se o cliente quiser fazer investimentos em criptoativos, a Ágora tem parceria com uma empresa que trabalha com criptoativos e é credenciada nossa.
Mas e uma plataforma própria do Bradesco?
Não. Estou falando não hoje, mas, dependendo de como esse mercado caminhe no futuro, pode ser que a gente estude.
E tokenização de debêntures?
Isso já estamos fazendo.
Para terminar, em breve teremos eleições e os dois candidatos que lideram, Lula e Bolsonaro, têm duas propostas diferentes. Como o Bradesco está enxergando esse cenário?
A democracia no Brasil está consolidada e é um patrimônio da sociedade brasileira. Independentemente se houver uma continuidade de governo ou uma mudança de governo, todo mundo tem uma lição de casa para fazer. Não cometer os mesmos erros que a gente cometeu no passado; trabalhar forte para ter uma limitação de gastos, ou seja, ter o teto de gastos de acordo com aquilo que a gente é capaz de gerar riqueza no país; trabalhar muito forte para reduzir essa inflação, que corrói o poder de compra, principalmente, a renda das pessoas mais pobres, mais vulneráveis. Precisamos trazer essa inflação para níveis de 3%, como já tivemos no passado, e aí trazemos a taxa de juros para baixo. Só assim a gente vai conseguir fazer com que o PIB cresça e o PIB crescendo você tem uma maior riqueza no país que pode ser distribuída e o governo volta a ter dinheiro para investir. Não tenho preocupação de quem seja o vencedor, todos sabem da lição de casa que precisa ser feita para botar o país numa rota de crescimento.