Donald Trump completou os 100 primeiros dias de sua segunda passagem na Casa Branca na terça-feira, 29 de abril. E, no rastro da sua imposição desenfreada de tarifas, ele chegou ao fim desse ciclo com uma aprovação de 35%, a pior de um presidente americano em 80 anos.
Os reflexos dessa política vão muito além, porém, da percepção do povo americano. Nesse período, houve 70 dias de negociações nas bolsas de valores americanas, sendo 32 deles com perdas, segundo um levantamento do jornal americano The New York Times.
Nos primeiros 100 dias de Trump 2, as empresas listadas no país perderam mais de US$ 6,5 trilhões de valor de mercado e o S&P 500 registrou uma queda de 7% nesse intervalo.
Esses dados representaram o pior desempenho das companhias de capital aberto em um início de mandato presidencial nos Estados Unidos desde que Gerald R. Ford assumiu o posto no lugar de Richard Nixon, em agosto de 1974, após o escândalo de Watergate.
Em outra comparação que só realça os impactos gerados por Trump e sua política de tarifas, a queda registrada no mercado de capitais também é mais acentuada do que o início do governo de George W. Bush, em 2001.
Assim como na época de Ford, ao chegar à Casa Branca, Bush também herdou um cenário de queda livre. Pouco antes dele assumir o cargo, o estouro da bolha pontocom já causava estragos no mercado de capitais.
Em contrapartida, Trump iniciou seu segundo mandato em um contexto bem distante do cenário turbulento desses seus dois antecessores. E que vinha sendo marcado, inclusive, por um mercado de ações registrando recordes consecutivos de alta.
Tudo mudou, porém, quando Trump começou a escalar seu pacote de tarifas. E, em especial, no início desse mês, a partir do anúncio das principais medidas nessa direção, que desencadeou uma onda de volatilidade nos mercados e uma queda, em apenas dois dias, de mais de 10% no S&P.