Prestes a fechar a captação de seu segundo fundo, cuja meta é alcançar R$ 400 milhões, a Good Karma (GK), de Eduardo Mufarej, está fazendo uma leve alteração em seu nome. Sai o Ventures e entra o Partners.

Mais do que uma mudança de palavra, a ideia de Mufarej é reforçar o posicionamento da gestora em investimentos de impacto social e ambiental focada em empresas de alto crescimento (growth). No primeiro fundo, o capital era proprietário de Mufarej. Neste segundo, Mufarej está atraindo investidores locais e internacionais.

“Queremos reforçar a imagem de uma gestora que investe em empresas mais maduras, que possuem modelos de negócios comprovados, com geração de caixa operacional e com perspectivas claras de geração de caixa”, diz Mufarej, ao NeoFeed.

A GK Partners está reforçando também seu conselho consultivo, trazendo quatro nomes para fortalecer a tese de clima, uma das três nas quais a gestora investe – as outras duas são educação e saúde.

Passam a fazer parte do conselho consultivo Paulo Hartung, presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores e ex-governador do Espírito Santo; e Marcos Jank, professor de Agronegócio Global no Insper e membro do conselho consultivo da Minerva Foods e do conselho de administração da Rumo.

Além desses executivos, chegam ao conselho da GK Partners Pedro Fernandes, head de agronegócio do Itaú BBA, e Tasso Azevedo, fundador do Imaflora e ex-diretor do Programa Nacional Florestal.

Os quatro novos nomes se juntam a Denise Santos, CEO da Beneficência Portuguesa, e Leo Figueiredo, um dos primeiros empreendedores do Brasil a apostar em negócios de propósito.

O conselho consultivo ajuda a GK Partners a desenhar suas teses de investimentos. Os novos nomes mostram que a pauta climática vai se tornar um pilar central na estratégia de investimento da gestora.

“O clima é o nosso passaporte de intersecção com o mundo”, diz Mufarej. “O Brasil tem potencial para ser um dos principais provedores de soluções ambientais do mundo.”

Por esse motivo, o plano é aumentar os investimentos em climatechs. A GK Partners conta com 14 investimentos desde que foi fundada por Mufarej em 2019, depois de uma trajetória de 15 anos na Tarpon, onde foi um dos sócios ao lado de Zeca Magalhães e Pedro de Andrade Faria.

Do total de investimentos realizados pela GK, seis deles são em empresas ligadas a soluções ambientais. O portfólio inclui a Vertuos, uma plataforma de gestão e recuperação de resíduos; a Rehagro; um player privado de educação para o agronegócio; a de bicicletas Tembici; a de reciclagem Eureciclo, a de bioinsumos agrícolas Agrivalle; e a de energia limpa Omega.

De acordo com Mufarej, a queda dos preços dos ativos nos mercados públicos e privados se refletiram em empresas de saúde e educação, fazendo com que a tese ligada a esses setores ficasse “muito difícil.”

Em climatechs, por outro lado, isso não aconteceu. “Clima é uma importante avenida de crescimento”, diz o fundador da GK Partners, que informa que conversa, no momento, com cinco startups internacionais para investir.

O plano, neste caso, é participar de rodadas sem liderar, mas com a intenção de trazer a startup para atuar no Brasil. “Devemos fechar de um a dois investimentos em startups internacionais neste ano”, diz Mufarej.

Outra oportunidade que Mufarej está vislumbrando é entrar em investimentos de ciclo mais curtos, com tempo de saída de até três anos. Neste caso, os alvos seriam empresas em situação de pré-IPO, que não vão conseguir se tornar públicas neste momento por conta da situação de mercado.