Elon Musk ganhou muito mais do que poder ao colocar seus pés na Casa Branca em 20 de janeiro deste ano. Após diversas movimentações políticas, o fundador da Tesla e da SpaceX conseguiu fazer com que os gigantes de Wall Street disputassem uma dívida do X que era considerado um "mico".
Os bancos credores da rede social, que incluem nomes como Morgan Stanley e Bank of America, concluíram a venda de US$ 5,5 bilhões em dívida lastreada do X, o que causou alívio para as operações das instituições financeiras, segundo o The Wall Street Journal (WSJ).
A oferta, que inicialmente era estimada em cerca de US$ 3 bilhões, precisou ser refeita após uma alta na demanda dos investidores. Gigantes de private equity como Pimco e Citadel concordaram em comprar os empréstimos a US$ 0,97 por dólar.
Na prática, a dívida do X carrega uma taxa de juros de aproximadamente 11% atualmente, custo superior aos empréstimos mais arriscados de Wall Street. Em 2022, quando o empresário comprou o Twitter, o negócio foi considerado como o pior financiamento de fusão desde a crise de 2008.
A movimentação mostra o apetite do mercado em relação à Musk. No último mês, os investidores têm se mostrado ansiosos para apostar no empresário, considerando principalmente a sua proximidade com o presidente Donald Trump e sua crescente influência desde as últimas eleições.
Apesar do cenário otimista, o X ainda tem um longo caminho a percorrer. A empresa não conseguiu recuperar boa parte de seus patrocinadores, que deixaram a rede social após a aquisição de Musk, em 2022. A Amazon, por exemplo, retomou sua confiança no X nos últimos meses.
O X também continua lutando para atingir o equilíbrio financeiro e tem dependido do capital de Musk para pagar suas contas. Segundo o WSJ, uma reunião com potenciais investidores, banqueiros do Morgan Stanley e a CEO do X, Linda Yaccarino, aconteceu na última sexta-feira, 31 de janeiro. Por lá, os executivos apresentaram um resumo da melhora da saúde financeira da empresa vista nos últimos meses.
O destaque ficou para a conexão entre o X e a xAI, empresa de inteligência artificial que também pertence a Musk. Na teoria, a startup está treinando seus modelos com base nos dados da rede social.
Segundo o jornal, documentos revisados por investidores mostraram que a empresa de IA transferiu milhões de dólares para o X, o que ajudou a companhia a pagar suas contas e manter suas obrigações em dia.
Porém, a expectativa é que o aumento da receita com publicidade no X reduza essas transferências nos próximos meses e anos.
Em documento enviado ao mercado, o X informou que espera atingir um Ebitda de US$ 1,25 bilhão no fechamento de 2024, além de uma receita anual de US$ 2,7 bilhões.