No mundo do venture capital, é normal ouvir que os fundos que investem em startups ajudam as companhias a crescer. Afinal, as gestoras não colocam só dinheiro em uma empresa que apostam. Elas, em geral, aportam também inteligência. É o famoso smart money.

Mas a MAYA Capital, gestora criada por Mônica Saggioro e Lara Lemann, filha de Jorge Paulo Lemann, leva essa máxima ao extremo. Em dois anos e meio, as duas já investiram em 27 startups na América Latina com os recursos de seu primeiro fundo de US$ 41 milhões.

O portfólio vai da chilena NotCo, de alimentos veganos, a uma healthtech, como a Alice, passando por startups de diversos setores como educação, serviços financeiros e agricultura.

“Queremos ajudar nas decisões estratégicas. Somos on-demand hands-on”, diz Mônica Saggioro, cofundadora da MAYA Capital, ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais gestores de venture capital e private equity do Brasil. “Queremos estar ali quando os founders precisam, sem atrapalhar a operação.”

Não se trata de retórica. Na MAYACapital, isso é exercitado diariamente. Um exemplo foi a introdução da NotCo ao Burger King, que segundo Mônica virou um KPI na gestora batizado de “billion dollar introduction”.

Na Merana, um startup que acabou de ser criada e captou US$ 160 milhões para ser a “Unilever das marcas digitais”, a MAYA Capital fez a conexão dos mexicanos  Sujay Tyle e Felipe Delgado com os brasileiros Renato Andrade e Guilherme Nosralla para fundar a companhia.

A dupla participa também de decisões estratégicas de negócios e ajuda na captação de novos recursos em outras rodadas das startups nas quais investe, abrindo portas em fundos como Accel Partners e Ribbit Capital, entre outros exemplos.

Além disso, a MAYA Capital montou um grupo de advisors que incluiu André Street, fundador da Stone; Victor Lazarte, da Wildlife Studios; Rafaela Villela, do Gera Ventures; Marcos Leta, da Fazendo do Futuro; e Jorge Paulo Lemann.

Esse grupo sempre é acionado toda vez que as fundadoras da MAYA Capital querem saber mais sobre um setor, estudar melhor uma tese ou entender de uma indústria e de um recurso.

No vídeo que você assiste acima, Mônica conta como conheceu Lara Lemann, explica porque investiu na NotCo e na Alice, discute os desafios das mulheres para fundar e receber investimentos (quatro em dez empresas do portfólio da MAYA contam com ao menos uma fundadora) e define o conceito de ‘fora da curva’, um dos motivos que a faz assinar um cheque.

Mônica também fala de sua trajetória pessoal, com passagens na Whirlpool, Burger King e Goldman Sachs, antes de fundar a MAYA Capital. Assista a mais um episódio do Café com Investidor.