Pedro Joanir Zonta abriu seu primeiro supermercado em março de 1974 com cinco funcionários. Ao longo de 49 anos, ele investiu no segmento de varejo alimentar e a marca Condor se tornou uma das mais importantes do Paraná e de Santa Catarina. Mas Joanir, como é conhecido, tinha um sonho: ter uma indústria.

Aos 72 anos, ele concretizou esse desejo ao adquirir a indústria plástica Cipla, empresa com sede em Joinville e 300 funcionários. Desde 2019 em recuperação judicial, a fabricante de produtos plásticos para os segmentos hospitalar, automotivo e da construção civil foi arrematada em leilão pelo valor total de R$ 65 milhões.

Imediatamente após a concretização da compra da indústria, que a partir de 1º de junho passará a se chamar Cipla Condor e será comandada pelo engenheiro industrial Robson Fernandes, Zonta anunciou um aporte de R$ 35 milhões como capital de giro do negócio.

“Essa era uma oportunidade de diversificação de negócios para a holding com uma indústria presente em todo o território nacional”, diz ao NeoFeed Joanir Zonta, presidente da holding. “Vamos investir em novas máquinas e equipamentos para produzir itens diferentes. Nossa meta é dobrar o faturamento da Cipla.”

No ano passado, a receita da indústria plástica foi de R$ 98 milhões. Com 900 itens no portfólio, que vão desde tampas de vaso sanitário a cama de hospitais, passando por bancos de estádio de futebol e derivados de plástico para a indústria automotiva. O principal cliente da empresa é a divisão de caminhões da Mercedes-Benz, que responde por um terço do faturamento.

Com a injeção de dinheiro e a modernização do parque industrial, Zonta projeta o retorno do investimento na Cipla Condor em menos de 10 anos.

Grupo Zonta no varejo

Embora a aquisição da indústria plástica chame a atenção pela diversificação de negócios do Grupo, Zonta não deixou de olhar para o varejo. Em uma transação com valores não revelados, ele comprou a marca catarinense Hipermais, que tem sete unidades, sendo cinco atacarejos, um atacado e um supermercado.

Assim que o negócio for aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Condor passará a ter 67 unidades de varejo de alimentos - todos concentrados no Paraná e em Santa Catarina. E duas áreas em território catarinense já estão preparadas para abrir novas lojas em breve.

O apetite de Joanir Zonta por aquisições não parou por aqui. “Estou aberto a comprar em qualquer região do País. Mas é preciso que haja sinergia com o nosso negócio e a nossa história”, diz ele.

Neste ano, a projeção é que o Grupo Zonta supere, pela primeira vez, os R$ 10 bilhões de faturamento, o que significará um crescimento de 25% sobre 2022. Essa expectativa considera todos os negócios. Além do varejo de alimentos e da indústria plástica, há 21 postos de combustível, investimentos imobiliários e o cartão de crédito Z1.

Questionado sobre qual seria a posição da rede varejista no ranking do setor de alimentos, Joanir Zonta diz que não informa os dados do seu negócio, mas que “estaria perto da 8ª posição”. Em 2022, de acordo com dados da Abras, essa colocação era ocupada pelo Cencosud, com faturamento de R$ 9,14 bilhões. Em seguida apareciam DMA Distribuidora, com R$ 6,67 bilhões e Zaffari, com R$ 6,32 bilhões.

Zonta, um apaixonado por carros, que incentivou a carreira do filho Ricardo na Europa - hoje piloto da Stock Car -, pisa fundo no acelerador para obter sucesso também na pista industrial.