Em meio à retomada do mercado acionário dos Estados Unidos vista desde a segunda metade do ano passado, o grupo das chamadas “Magníficas Sete” vem dominando as manchetes do noticiário econômico.
Formado por Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla, o substituto do FAANG contribuiu com a maior parte do ganho de 24% do S&P 500 em 2023. E neste começo de ano essas empresas já chegaram a valer mais que a soma das bolsas do Japão, França e Reino Unido, segundo dados compilados pelo Deutsche Bank.
Apesar do forte desempenho neste ano das “Magníficas Sete”, que se beneficiam da retomada do interesse dos investidores pela tese de tecnologia, os analistas do Citi identificaram um grupo de sete companhias europeias que apresentam um potencial de crescimento semelhante, mas com um diferencial relevante: estão em patamares bem mais baratos.
Esse grupo, apelidado pela equipe de research do Citi de “Super Sete”, é formado pelas ações da Novo Nordisk, ASML, LVMH, SAP, Schneider Electric, Richemont e Ferrari.
Apesar de operarem em segmentos distintos, como indústria farmacêutica, moda e semicondutores, elas têm em comum o fato de serem large caps com margens elevadas, boas perspectivas de crescimento do lucro por ação e amplas vantagens competitivas nas áreas em que atuam.
“As Super Sete são, em média, mais baratas que as Sete Magníficas, oferecem margens igualmente atrativas e sub performam as Sete Magníficas em 70% desde o começo de 2023, abrindo espaço para que elas possam alcançar [as ações americanas]”, diz trecho do relatório.
A Novo Nordisk e a ASML, em particular, têm apresentado os melhores desempenhos entre as Super Sete. Em 12 meses, as ações da farmacêutica dinamarquesa acumulam ganho de 68,5%, surfando a onda do Ozempic, enquanto a fabricante de microprocessadores registra alta de 48%, na esteira do avanço do tema da inteligência artificial.
A avaliação vem num momento positivo do mercado de ações europeu, com o índice Stoxx 600, que reúne 600 empresas de pequeno a grande porte de 17 países europeus, chegando a bater recorde em 22 de fevereiro, superando o pico alcançado em janeiro de 2022.
Segundo o Citi, considerando o menor tamanho do mercado europeu frente ao americano, e sua concentração em alguns grandes nomes, a expectativa é de que os índices do Velho Continente continuem se beneficiando do desempenho dessas grandes companhias, em particular das Super Sete.
Os analistas destacam ainda que apesar das empresas de growth representarem uma parcela menor na composição dos índices do que nos Estados Unidos, essas companhias estão sendo negociadas a um desconto de 30% frente aos seus pares americanos, abrindo caminho para forte valorização.