Enquanto se prepara para sair da B3 e passar a ser uma empresa listada na Nasdaq, o Inter recebeu mais uma vez a confiança do Softbank, fundo japonês que é um investidor estratégico da instituição financeira desde 2019.

Em comunicado ao mercado, o banco digital informou nesta segunda-feira, dia 18 de outubro, que o Softbank comprou 4.491.600 novas units (cada unit representa uma ação ordinária e duas ações preferenciais).

O documento não revela o valor total, mas, pelo fechamento do preço da unit nesta segunda, a R$ 48,30, o montante aplicado seria de R$ 216,9 milhões. O Inter é avaliado em R$ 40,95 bilhões.

Com isso, a fatia do Softbank no Inter passou de 14,49% para 15,01%. O fundo, inclusive, afirmou, no mesmo comunicado, que o interesse por trás da participação “é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa do Inter”.

A compra das units pelo fundo ocorre três semanas depois de o papel do Banco Inter ter caído de R$ 58,71 para R$ 46,65 entre os dias 28 e 30 de setembro, em meio a rumores de que estava com uma carteira de crédito mal provisionada.

À época, os rumores foram desmentidos pela empresa e analistas do Itaú BBA chegaram a publicar um relatório no qual diziam que a tese de que o Inter estava mal provisionado teve “muito mais de ficção” do que de realidade.

“Os índices de cobertura do banco estão bons e sua qualidade de crédito está se comportando conforme o esperado”, escreveram os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli, Marco Calvi, Vinicius Figueiredo e Karoline Correia, em relatório publicado no dia 1 de outubro.

Depois do episódio, as units do Inter recuperam parte das perdas, mas ainda estão longe do patamar anterior. Nesta segunda, com a cotação a R$ 48,30, fecharam em queda de 3,94%.

Enquanto isso, o banco se prepara para migrar suas ações para Nasdaq. Em fato relevante publicado há duas semanas, o banco anunciou como isso ocorrerá. A ideia é que todas as ações do Banco Inter sejam incorporadas pela Inter Holding Financeira, que depois será incorporada pela Inter Platform, sediada em Cayman.

Pela proposta, a família Menin manterá o controle do banco com o chamado super-voting. Terá 35% das ações da Inter Platform e cerca de 84% do capital votante.

Os bancos que estão coordenando essa migração são o Bank of America, J.P. Morgan, Itaú BBA e Bradesco BBI. A expectativa é que isso ocorra no fim do ano. Será a primeira vez que uma empresa brasileira faz esse movimento para uma bolsa americana.