O Mubadala Capital, controlador da Zamp, informou, na noite de domingo, 25 de maio, que está avaliando uma oferta pública de aquisições de ações (OPA) para encerrar as negociações de suas ações na Bolsa de Valores.
Segundo o fato relevante, a operadora das marcas Burger King, Starbucks, Popeyes e Subway prevê uma faixa de preço entre R$ 3,30 e R$ 3,50 para a oferta.
Atualmente, Mubadala detêm 71,5% do capital da Zamp, que está avaliada em R$ 1,46 bilhão na B3. Para adquirir o percentual restante da companhia, seria necessário um desembolso de aproximadamente R$ 400 milhões, com base nos valores praticados no momento.
A Zamp é a mais recente empresa a cogitar esse movimento, mas apenas reforça um sentimento visto em todo o mercado, em meio a uma valorização da renda fixa e um marasmo na renda variável. Apesar do Ibovespa ter registrado, até o momento, uma valorização de 14% em 2025, o clima em torno de uma taxa de juros cada vez mais alta não anima a aposta nas ações.
Esse movimento fica nítido quando empresas como a XP apresentam, pela primeira vez, a renda fixa superando a variável no gosto de seus investidores no primeiro trimestre deste ano ano.
Apenas no último mês, Carrefour, Santos Brasil e Serena Energia seguiram o caminho da OPA, anunciando ao mercado seu pedido de retirada da bolsa. Até maio, nomes como o Kora Saúde e Eletromidia também confirmaram a venda dos ativos, enquanto a Oncoclínicas tem “sondado” os próximos passos no mercado.
Nesse cenário, o volume de programas de recompra de ações também segue mostrando avanços. Em março, o dado mais recente, cerca de R$ 2,7 bilhões em papéis foram recomprados, uma valorização de 22% em relação ao mês anterior, segundo levantamento do Itaú BBA. Até aquele momento, existiam R$ 89 bilhões em programas ativos, envolvendo 109 empresas.
Desde lá, Azzas 2154, Armac, Bradesco, Even, Sabesp, XP, Positivo, Vivara, Taurus, Track&Field, Sabesp, Aura Minerals e Oncoclínicas anunciaram novos programas de recompras de ações, aumentando essa lista em 122 nomes.
O futuro ainda é incerto, mas não resta dúvidas: o mercado de ações brasileiro, que não tem uma abertura de capital desde a dupla listagem do Nubank, em dezembro de 2021, está “secando”.
De acordo com dados compilados pela consultoria financeira Elos Ayta, em fevereiro deste ano, o volume financeiro da bolsa vem caindo desde 2021, quando atingiu o pico de R$ 35,16 bilhões em média por dia, em valor ajustado pelo IPCA.
Esse indicador caiu para R$ 28,29 bilhões em 2022. No ano seguinte foi para R$ 22,07 bilhões. Em 2024, bateu em R$ 19,35 bilhões.