A Digibee, plataforma de integração de sistemas e serviços, começou sua trajetória em 2017 com a intenção de solucionar problemas tecnológicos de diversos setores como financeiro, varejo e telecomunicações.
Ao longo desses oito anos, a tese da startup conseguiu o apoio de gigantes como Goldman Sachs, Softbank e Vivo Ventures, que aportaram, juntos, mais de R$ 400 milhões em rodadas de investimentos. A última foi uma Série B de R$ 300 milhões, realizada em 2023.
O sucesso e crescimento, porém, trouxeram alguns problemas para a operação criada por Rodrigo Bernardinelli, Peter Kreslins e Vitor Souza. Isso porque, com o aumento do alcance no Brasil e na América Latina, os produtos acabaram ficando mais caros para o consumidor.
“Em determinado momento, nossos clientes começaram a nos chamar de ‘Louis Vuitton da integração’, diz Bernardinelli, CEO da Digibee, ao Vida de Startup, programa do NeoFeed. “É legal ser comparado com a Louis Vuitton, mas nós não construímos a Digibee para isso. A nossa intenção é massificar e dar escala a um problema tão antigo das empresas e, com esse posicionamento, isso não é possível”.
Essa visão do mercado trouxe alguns problemas para a companhia, que passou a ter dificuldade de conquistar novos clientes, enquanto os consumidores que já estavam “dentro de casa” passavam por desafios para continuar crescendo em função dos valores altos.
A startup passou o ano de 2024 quebrando a cabeça para entender como solucionar essa questão e, em setembro, chegou a uma conclusão: era preciso comercializar a integração por consumo, como uma conta de água, luz ou gás.
“Com essa nova plataforma, os clientes passaram a pagar apenas o que eles estão efetivamente utilizando”, afirma Bernardinelli. “Ou seja, se as empresas têm um fluxo com maior volume de dados, elas vão pagar mais caro por isso. Porém, 90% das integrações não demandam esforços tão grandes, o que faz com que o sistema passe a custar centavos para os clientes”.
Para o modelo de negócio da Digibee, isso significa um ticket médio menor e uma necessidade de maior volume de uso. Porém, o CEO acredita que essa virada de chave foi essencial para aproximar a empresa dos clientes, que já estão acostumados a usar esse modelo com as empresas de serviços na nuvem.
Segundo o empreendedor, essa mudança gerou um aumento de 35% no número de novos clientes, o que mostra que foi uma decisão acertada. “Hoje, se você decidir fazer a sua integração na mão, provavelmente vai pagar mais caro do que contratando os serviços da Digibee”, diz ele.
Atualmente, a Digibee tem clientes como Itaú, Porto Seguro, Gol e Carrefour na sua carteira. A plataforma também na América Latina e nos Estados Unidos. Para continuar aumentando esses números, a startup segue focada em aumentar seu território internacional.
“O problema que a gente resolve é o mesmo em qualquer lugar, então por que não solucionar essa questão em tantos outros lugares além do Brasil?”, diz o CEO.